terça-feira, 31 de maio de 2011


Oi, a sala está vazia sem você, não existem mais sapatos jogados no chão, nem aquele perfume forte que me deixa embriagada, não existe mais sua voz rouca me assustando as duas da manhã e a sala está vazia sem você porque eu não me atrevo mais a deitar no nosso sofá, nem sou tão ousada a ponto de ligar a televisão e desde que você foi embora nem musica eu ouço mais, filmes? Nem sei mais qual o sabor de ir ao cinema, nem sei mais como preencher as horas que sobraram na minha agenda e que antes eram destinadas "ao meu amor", falando em "ao meu amor" faz tanto tempo que não chegam cartas que começam assim, tanto tempo, desde a nossa ultima briga eeu todos os dias dos namorados fico esperando, esperando as flores, esperando que você chegue de mansinho. Oi, a sala está tão vazia e não é só ela não, meu coração também está, então o que voce está esperando pra vir trazer presença?

quinta-feira, 26 de maio de 2011

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Mudei tudo, modifiquei meu mundo, mas não me arrependo de nada.
(Fake Number)



Quantas historias começaram no fake? Quantos amores nasceram no fake? Muitas historias, muitos amores.
Um dia você resolve entrar nesse mundo por curiosidade, por brincadeira, um mundo onde tudo é tão facil, tudo é licito, você pode ser quem você quiser, ter o que você quiser e fazer tudo sem dar sua cara a tapa, só que o que a maioria das pessoas não sabe é que a brincadeira vai se tornando mais importante a cada dia e você percebe que no fake tudo pode ser falso, mas os sentimentos não são, os sentimentos que nascem ali são reais.
Ai você passa a chorar em Off pelo On, quando você deveria rir, afinal era só uma brincadeira e tudo que você sabe fazer é pensar em como seria se tudo aquilo fosse real, você sonha, brinca, faz amigos, se descabela, se apaixona, entra no ritmo, perde o compasso, até que chega então o dia, o dia de deletar, porque não dá mais pra brincar, não dá mais pra chorar.
E você larga tudo e quando eu digo tudo, não estou falando de fotos, depoimentos, números de amigos, não, estou falando de cada amigo que você fez ali e que passaram madrugadas teclando com você, de cada pessoa atrás da tela do computador que ri com suas piadas ou choram do mesmo jeito que você.
Vai fazer um bom tempo que eu consegui largar o fake, a coisa idiota, de gente sem vida própria, mas que se tornou o meu maior refugio e que hoje eu posso ver: Me ensinou muitas coisas que na vida "real" eu nunca teria aprendido. Quer um conselho? Não entre nunca no mundo fake, não porque é ruim, pelo contrario, é porque lá vai ser o unico lugar onde você vai amar as pessoas pelo coração, pelo carisma que elas tem e não pela beleza e essas pessoas vão ocupar um lugar cada vez maior na sua vida, só que um dia você vai ter que ir embora e vai doer, como ainda dói em mim.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

ei.

Você não consegue ver que a distância que existe entre nós dois , morrerá.
(Catch Side)



Eu tentei me segurar para não ir longe demais, para não falar, estava com medo, entenda. Mordi meus lábios, tentei sorrir, mas estava chorando tanto que era difícil pensar, então eu disse, disse de uma vez, naquele tom de brincadeira, mas eu disse, disse que estava sempre por perto, mesmo morando em outra cidade, disse que pensei em você de manhã e vi seu nome nos créditos finais do meu filme preferido.
Mas acontece que foi um erro dizer, porqueagora eu já não sei mais como eu faço pra te chamar de amigo, não sei, não consigo mais. E quando penso em fazer algo pra te mostrar o quanto você é importante, minha voz embarga, meus dedos tremem e eu me sinto pequenininha demais até pra sentir, que dirá, pra te provar esse sentimento.
E ontem eu escrevi sobre você e todos que leram ficaram assustados, até eu fiquei, juro que tentei escrever sobre aquele meu antigo amor de três anos atrás, mas não saiu, fui na fúria, no vicio de sempre escrever sobre ele e não saiu, só saiu coisas sobre como a distância dói e sobre como seu nome de cinco letras cabe na ponta de cada um dos meus dedos da mão direita e meu nome de cinco letras cabe nos dedos da mão esquerda, sobre como seu cabelo parece macio nas fotos e sobre como eu não queria sentir e era tudo a minha verdade, eu não queria sentir, te sentir, mas eu senti e disse, disse com todas as letras.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Três.


Não há culpa pelo modo como nosso amor lentamente desapareceu
(Death Cab For Cutie)



Tentei te ligar quando acordei durante a noite, mas lembrei que havia apagado seu numero da minha agenda, que era pra não te lembrar, quem me dera se ao menos tivesse funcionado, mas não funcionou e ali estava eu, as três da manhã, morrendo de vontade de ouvir sua voz e não podia, tentei lembrar o numero, mas porra, três anos cara, três se passaram, não deu pra lembrar, liguei o computador, fui no seu orkut, não te tinha mais adicionado a um tempo, procurei pelo seu Twitter e nada, nada, fui no orkut das suas amigas, nada, em nenhum lugar, nenhum rastro.
Lembrei daquele vídeo onde você cantava um pagode junto com seu irmão, mas tinha sido excluído e eu ainda precisando ouvir sua voz, voltei pro celular, percorri a agenda, achei o numero do seu melhor amigo, liguei, ele atendeu com voz de sono, mas eu ainda me lembrava bem dela, mas não era a voz que eu tanto precisava ouvir, perguntei de você, ele disse que não tinha mais seu numero, perguntou se eu estava bem e eu disse que sim e desliguei, cansada, cansada, mas não podia dormir sem ouvir sua voz.
Esperei o dia amanhecer e fui na escola, com o meu maior óculos escuro pra esconder as olheiras, alguns professores me reconheceram, quanto tempo, três anos, o que faz da vida?, faculdade?, trabalho?, só preciso saber o telefone dele, mas é anti-ético fornecer o telefone de ex-alunos e eu fui embora te precisando ainda mais, fui na praça onde matávamos aula, fui no cinema, fui no restaurante, mas em nenhum desses lugares você estava, fui na rua da sua casa, mas a casa parecia abandonada, perguntei de você pros vizinhos, me disseram que sua familia tinha mudado a três anos, sentei na sua calçada, lembrando das vezes que ficamos nos beijando ali e chorei um pouquinho, tudo girava, mas me levantei e fui embora, era hora de te esquecer de novo e eu fui me dando conta de que o nosso amor desapareceu e a gente nem tinha culpa, era pra ser.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Desde sempre.


"[...] Assim como tudo na vida, amores e amigos vêm e vão e, fico aqui perguntando baixinho, quem sou eu então pra decidir que os meus não deveriam ir? Não adianta mais prometer que será pra sempre. Eu não quero promessas. Promessas criam expectativas e expectativas borram maquiagens e comprimem estômagos. Eu não quero dor. Eu não quero olhar no espelho e ver você escorrer, manchando minha maquiagem."


Tati Bernardi.

Selvagem.


Todos os dias quando acordo, não tenho mais o tempo que passou
mas tenho muito tempo. (Legião urbana)



E quando tudo passou, sentei na sarjeta, pra pensar um pouco em tudo, foram três anos vivendo intensamente essa historia maluca de amor-não-amor, três anos dos meus dezesseis que eu doei pra você e e agora percebo o quanto tudo isso foi burrice da minha parte, por que eu não entendi antes que só não era pra ser?
Olha, agora, estou aqui e tenho certeza que você está em algum lugar por ai também, vivendo sua vida sem nem se lembrar de mim e seu nome não estará escrito em parte alguma da minha biografia, nem todos meus textos serão pra você daqui pra frente e eu vou esperar, até aparecer um outro alguém e de vez em quando vou comparar ele com você, mas não é por te querer de volta não, é só pra ter um motivo pra lembrar de como era fofo quando você penteava os cabelos com a mão e me chamava de baixinha.
E a vida continua e parece que nada mais vai fazer sentido depois que agente passa três anos sendo de alguém, mas faz sim, tudo faz sentido quando acaba o sentimento de perda inicial e você abre os olhos de verdade e está lá: Uma vida inteira, cheia de novas pessoas.
O sentido da vida é só se aventurar, com esses novos amores, amigos, conhecidos, que um dia vão ir embora também, talvez depois de mais três anos, ou um, ou meses, vão embora e ai tudo recomeça, mas tudo sempre tem um sentido e recomeçar talvez seja a graça.