domingo, 6 de novembro de 2011

Quem é você?


Ele estava em um banco, com os cotovelos apoiados no balcão do bar. Ela abriu a porta, era pequena, mas sempre fez ele sentir coisas enormes.
Trouxe?
(Ela colocou os dedos no ombro dele e pode sentir a corrente elétrica percorrer seu corpo)
Trouxe.
(Ele indicou com os olhos o violão jogado no chão)
Então eu vou indo!
Não quer beber?
Não afogo minhas magoas.
Você não tem.
Talvez enquanto tinha você, não mesmo.
Ainda me tem.
Você foi só mais um, mais um que transformou meu céu azul em cinza e nunca conseguiu se doar. Nunca tive você, só teus restos.
(Os dedos dele tocaram o rosto dela)
Cinza também é importante.
Mas eu já não sou mais!
Você ainda é mais, mais que as outras, mais que tudo aqui.
Eu vou embora.
Não foge, me leva com você. Me leva daqui, de mim.
Por que? Pra que?
Porque eu ainda quero mais... Quero você!
Eu vou embora.
(Ela pegou o violão e passou a alça em um ombro)
De novo?
Vou
(Ela caminhou na direção da porta.)
Ei, não conta pra ninguém, mas eu senti saudades.
(Ela sorriu enquanto o vento batia em seu rosto)
E eu ainda sinto, te sinto.
(Ele não podia mais ouvir)

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

É ilusão.


E quando você virou a esquina, fiquei me perguntando se um dia nos veriamos de novo, para tomar um café, fiquei imaginando se você ia tirar o aparelho e se suas espinhas iam sumir, fiquei ali, parada, olhando pro vazio daquela rua, querendo que você aparecesse de novo e me convidasse pra ir na tua casa, assistir um filme, jogar vídeo game, mesmo que demorasse, sei lá, uns 10 anos para isso acontecer.
Só que depois de um tempo percebi que o que eu queria era burrice, eu não podia esperar 10 anos pra te abraçar de novo, porque eu estaria abraçando o estranho que você se tornou na minha ausência, estaria abraçando alguém que não seria mais meu, que não dormiria mais na minha cama, nem tomaria todo o meu toddy de manhã e isso seria idiota da minha parte.
Foi por isso que corri atrás de você, naqueles mesmo instante, por que esperar? Se eu posso sentar e tomar um café com você hoje mesmo, se eu posso dormir com você sempre que quiser, por que esperar se eu posso te amar?

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

A dor é minha.


Oi, não chora, por favor, não deixa essas coisas te tirarem o foco, fica firme, fica bem! Nunca foi tão difícil, eu sei, mas você sempre foi forte, então continua, tá? Continua até encontrar a felicidade, ou a estabilidade, que seja, mas continua.
Eu deixo você deitar no meu ombro, eu deixo você me ligar de madrugada, eu deixo você descontar a raiva em mim, mas não chora, não faz isso com você, não faz isso comigo.
Se quiser eu imploro, se quiser eu ajoelho, mas se quiser também eu vou embora, só não derrama nenhuma lagrima, para de regar a dor, para de matar a sede da tristeza com suas gotas, salgadas e amargas gotas, quem sabe assim elas não morrem? Quem sabe assim você não vive.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Um toque, dois toques. Alô!


Toda vez que toca o telefone, eu penso que é você.
(Engenheiros do Hawaii)


Nunca pensei que ia esperar, entende? Sempre achei que ia querer seguir o mais rápido possível, dar continuidade na minha vida, te esquecer, mas hoje eu percebo que eu não quero, não quero seguir em frente e ver você ser parte do passado, não quero ir embora, ir por outros rumos e ver você ficar pra trás, eu ainda sinto vontade de me aninhar no sofá ao seu lado, sinto vontade de voltar no tempo, fazer de você meu forte, me esquecer só pra te lembrar.
Tudo nessa casa me lembra que eu não quero conhecer o que vem pela frente, tudo aqui me lembra do quanto eu quero voltar e esbarrar de novo em você, segurar de novo sua mão, beijar de novo sua boca, tudo aqui me lembra que eu quero você em tudo e cada migalha pela trilha me guia até sua vida, mas mesmo assim não quero ir embora, não posso abandonar a nossa casa.
Eu não vou te pedir pra voltar, como prometi que não faria, mas vou deixar claro que parei aqui e vou esperar, eu sei que um dia você vai vir e tudo vai se resolver, eu sei que um dia suas mensagens vão voltar a chegar, seu sorriso vai voltar a iluminar as paredes do nosso quarto e eu vou poder dizer que esperar vale a pena, mesmo quando a gente pensava que seguir era a melhor solução.

terça-feira, 21 de junho de 2011

1938.






Você é meu surrealismo, não te vejo, te sinto e mesmo sentindo, não entendo.


sexta-feira, 17 de junho de 2011

Ari


Não gosto de fazer ninguém querer riscar o seu passado. (Nando Reis)


Você me fez querer riscar muitas e muitas paginas do meu passado, me fez querer apagar boa parte daquilo tudo que vivi, fiquei tonta procurando uma borracha que fosse eficaz, mas não me aparecia nenhuma, sai na chuva pra ela borrar a tinta que usei pra escrever 'pra sempre', mas nem a chuva fez sair de mim a marca que você deixou quando me fez promessas tão doces. E hoje pude perceber, não era preciso tanto, era só virar a pagina.


quinta-feira, 9 de junho de 2011

Ultimo.


Senti saudades de escrever pra você, então resolvi deixar a emoção e as lembranças me dominarem pra te fazer uma ultima carta, mas por que a ultima? Simplesmente porque nós não somos mais, não somos mais amantes, nem amigos, não somos mais namorados, nem colegas de classe somos, então não vejo mais porque continuar a te escrever. Eu penso muito em você ainda, não é com aquela frequencia enlouquecedora, porque agora estou muito ocupada tentando viver bem, mas penso sim, toda vez que passo em frente ao muro em que ficavamos encostados nos beijando, ou quando tomo sorvete com cauda de chocolate e lembro que iamos sempre na mesma sorveteria, fazer o mesmo pedido etalvez seja só eu que me lembre dessas coisas, mas mesmo assim gosto de te manter meio vivo aqui.

Não vou mentir pra você, tiveram outras pessoas sim, até cheguei a pensar que era paixão, mas não durou nada e eu sempre acabava lamentando por não ter seu colo pra chorar, eu sei que você está bem, te vi de longe um dia, faz meses na verdade e eu pude perceber como está bem, mudado, acho que é a falta do aparelho e eu senti uma vontade de estar perto de você, mas não podia, não depois de tudo, afinal é errado largar todo o esforço que me manteve longe de você e correr pros seus braços só porque eu ainda sinto meu corpo queimar quando te vejo, mesmo que de longe.

Acabei de me lembrar que nunca te disse adeus, não de verdade, então aqui vai: Adeus, boa sorte na faculdade, boa sorte com a suas namoradas, boa sorte com a vida e cuidado que ela pode ser muito traiçoeira e guarde a minha ultima carta como recordação, não quero morrer pra sempre na sua memoria. Eu não vou dizer que te amo, porque estaria mentindo, mas ainda te sinto dentro do meu coração

terça-feira, 31 de maio de 2011


Oi, a sala está vazia sem você, não existem mais sapatos jogados no chão, nem aquele perfume forte que me deixa embriagada, não existe mais sua voz rouca me assustando as duas da manhã e a sala está vazia sem você porque eu não me atrevo mais a deitar no nosso sofá, nem sou tão ousada a ponto de ligar a televisão e desde que você foi embora nem musica eu ouço mais, filmes? Nem sei mais qual o sabor de ir ao cinema, nem sei mais como preencher as horas que sobraram na minha agenda e que antes eram destinadas "ao meu amor", falando em "ao meu amor" faz tanto tempo que não chegam cartas que começam assim, tanto tempo, desde a nossa ultima briga eeu todos os dias dos namorados fico esperando, esperando as flores, esperando que você chegue de mansinho. Oi, a sala está tão vazia e não é só ela não, meu coração também está, então o que voce está esperando pra vir trazer presença?

quinta-feira, 26 de maio de 2011

.


Mudei tudo, modifiquei meu mundo, mas não me arrependo de nada.
(Fake Number)



Quantas historias começaram no fake? Quantos amores nasceram no fake? Muitas historias, muitos amores.
Um dia você resolve entrar nesse mundo por curiosidade, por brincadeira, um mundo onde tudo é tão facil, tudo é licito, você pode ser quem você quiser, ter o que você quiser e fazer tudo sem dar sua cara a tapa, só que o que a maioria das pessoas não sabe é que a brincadeira vai se tornando mais importante a cada dia e você percebe que no fake tudo pode ser falso, mas os sentimentos não são, os sentimentos que nascem ali são reais.
Ai você passa a chorar em Off pelo On, quando você deveria rir, afinal era só uma brincadeira e tudo que você sabe fazer é pensar em como seria se tudo aquilo fosse real, você sonha, brinca, faz amigos, se descabela, se apaixona, entra no ritmo, perde o compasso, até que chega então o dia, o dia de deletar, porque não dá mais pra brincar, não dá mais pra chorar.
E você larga tudo e quando eu digo tudo, não estou falando de fotos, depoimentos, números de amigos, não, estou falando de cada amigo que você fez ali e que passaram madrugadas teclando com você, de cada pessoa atrás da tela do computador que ri com suas piadas ou choram do mesmo jeito que você.
Vai fazer um bom tempo que eu consegui largar o fake, a coisa idiota, de gente sem vida própria, mas que se tornou o meu maior refugio e que hoje eu posso ver: Me ensinou muitas coisas que na vida "real" eu nunca teria aprendido. Quer um conselho? Não entre nunca no mundo fake, não porque é ruim, pelo contrario, é porque lá vai ser o unico lugar onde você vai amar as pessoas pelo coração, pelo carisma que elas tem e não pela beleza e essas pessoas vão ocupar um lugar cada vez maior na sua vida, só que um dia você vai ter que ir embora e vai doer, como ainda dói em mim.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

ei.

Você não consegue ver que a distância que existe entre nós dois , morrerá.
(Catch Side)



Eu tentei me segurar para não ir longe demais, para não falar, estava com medo, entenda. Mordi meus lábios, tentei sorrir, mas estava chorando tanto que era difícil pensar, então eu disse, disse de uma vez, naquele tom de brincadeira, mas eu disse, disse que estava sempre por perto, mesmo morando em outra cidade, disse que pensei em você de manhã e vi seu nome nos créditos finais do meu filme preferido.
Mas acontece que foi um erro dizer, porqueagora eu já não sei mais como eu faço pra te chamar de amigo, não sei, não consigo mais. E quando penso em fazer algo pra te mostrar o quanto você é importante, minha voz embarga, meus dedos tremem e eu me sinto pequenininha demais até pra sentir, que dirá, pra te provar esse sentimento.
E ontem eu escrevi sobre você e todos que leram ficaram assustados, até eu fiquei, juro que tentei escrever sobre aquele meu antigo amor de três anos atrás, mas não saiu, fui na fúria, no vicio de sempre escrever sobre ele e não saiu, só saiu coisas sobre como a distância dói e sobre como seu nome de cinco letras cabe na ponta de cada um dos meus dedos da mão direita e meu nome de cinco letras cabe nos dedos da mão esquerda, sobre como seu cabelo parece macio nas fotos e sobre como eu não queria sentir e era tudo a minha verdade, eu não queria sentir, te sentir, mas eu senti e disse, disse com todas as letras.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Três.


Não há culpa pelo modo como nosso amor lentamente desapareceu
(Death Cab For Cutie)



Tentei te ligar quando acordei durante a noite, mas lembrei que havia apagado seu numero da minha agenda, que era pra não te lembrar, quem me dera se ao menos tivesse funcionado, mas não funcionou e ali estava eu, as três da manhã, morrendo de vontade de ouvir sua voz e não podia, tentei lembrar o numero, mas porra, três anos cara, três se passaram, não deu pra lembrar, liguei o computador, fui no seu orkut, não te tinha mais adicionado a um tempo, procurei pelo seu Twitter e nada, nada, fui no orkut das suas amigas, nada, em nenhum lugar, nenhum rastro.
Lembrei daquele vídeo onde você cantava um pagode junto com seu irmão, mas tinha sido excluído e eu ainda precisando ouvir sua voz, voltei pro celular, percorri a agenda, achei o numero do seu melhor amigo, liguei, ele atendeu com voz de sono, mas eu ainda me lembrava bem dela, mas não era a voz que eu tanto precisava ouvir, perguntei de você, ele disse que não tinha mais seu numero, perguntou se eu estava bem e eu disse que sim e desliguei, cansada, cansada, mas não podia dormir sem ouvir sua voz.
Esperei o dia amanhecer e fui na escola, com o meu maior óculos escuro pra esconder as olheiras, alguns professores me reconheceram, quanto tempo, três anos, o que faz da vida?, faculdade?, trabalho?, só preciso saber o telefone dele, mas é anti-ético fornecer o telefone de ex-alunos e eu fui embora te precisando ainda mais, fui na praça onde matávamos aula, fui no cinema, fui no restaurante, mas em nenhum desses lugares você estava, fui na rua da sua casa, mas a casa parecia abandonada, perguntei de você pros vizinhos, me disseram que sua familia tinha mudado a três anos, sentei na sua calçada, lembrando das vezes que ficamos nos beijando ali e chorei um pouquinho, tudo girava, mas me levantei e fui embora, era hora de te esquecer de novo e eu fui me dando conta de que o nosso amor desapareceu e a gente nem tinha culpa, era pra ser.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Desde sempre.


"[...] Assim como tudo na vida, amores e amigos vêm e vão e, fico aqui perguntando baixinho, quem sou eu então pra decidir que os meus não deveriam ir? Não adianta mais prometer que será pra sempre. Eu não quero promessas. Promessas criam expectativas e expectativas borram maquiagens e comprimem estômagos. Eu não quero dor. Eu não quero olhar no espelho e ver você escorrer, manchando minha maquiagem."


Tati Bernardi.

Selvagem.


Todos os dias quando acordo, não tenho mais o tempo que passou
mas tenho muito tempo. (Legião urbana)



E quando tudo passou, sentei na sarjeta, pra pensar um pouco em tudo, foram três anos vivendo intensamente essa historia maluca de amor-não-amor, três anos dos meus dezesseis que eu doei pra você e e agora percebo o quanto tudo isso foi burrice da minha parte, por que eu não entendi antes que só não era pra ser?
Olha, agora, estou aqui e tenho certeza que você está em algum lugar por ai também, vivendo sua vida sem nem se lembrar de mim e seu nome não estará escrito em parte alguma da minha biografia, nem todos meus textos serão pra você daqui pra frente e eu vou esperar, até aparecer um outro alguém e de vez em quando vou comparar ele com você, mas não é por te querer de volta não, é só pra ter um motivo pra lembrar de como era fofo quando você penteava os cabelos com a mão e me chamava de baixinha.
E a vida continua e parece que nada mais vai fazer sentido depois que agente passa três anos sendo de alguém, mas faz sim, tudo faz sentido quando acaba o sentimento de perda inicial e você abre os olhos de verdade e está lá: Uma vida inteira, cheia de novas pessoas.
O sentido da vida é só se aventurar, com esses novos amores, amigos, conhecidos, que um dia vão ir embora também, talvez depois de mais três anos, ou um, ou meses, vão embora e ai tudo recomeça, mas tudo sempre tem um sentido e recomeçar talvez seja a graça.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Final feliz.

O nosso final feliz nunca chegou. (Catch side)



Vem, senta aqui, vamos fazer tudo isso parecer um final feliz, diz com a sua melhor voz rouca o meu nome pela ultima vez, me da um abraço de amigos, sorri, faz parecer que está indo embora só porque não dá mais certo.
É que vai doer mais se você sair assim, depois de brigarmos por um motivo tão bobo, depois que eu dei essa crise de ciúmes horrorosa e te chamei de infantil, vai doer saber que tudo acabou mal e que provavelmente você não vai mais querer olhar pra minha cara, então vamos fingir.
Olha, é o nosso fim, então não custa, só finge pra mim poder abrir os olhos mais rapido depois de tudo, só finge um pouco, diz que a culpa é sua, que eu sou areia demais pro seu caminhão, por favor, vamos fingir que isso é um final feliz.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Números romanos.


Quem já perdeu um sonho aqui sabe o que é decepção
Só quem já perdeu tudo o que tinha pode entender.
(Hateen)



João sentou na mesa de sempre, do café de sempre, com as mãos afundadas nos bolsos do casado e o coração inundado na caneca de café que estava cheia, desde que o garçom trouxe.
Ela foi correr, vestida com o moleton largo dele que usava sempre pra dormir, não pretendia, mas foi direto na direção do café e olhou pela vitrine, ele estava lá e seu coração se sufocou daquele jeito agridoce e triste, pobre Paula.
E ele resolveu tocar violão, ali, no café mesmo, tocou a canção que mais lembrava Paula e enquanto cantava: "Minha blusa favorita fica melhor em você"*, percebeu que ela era isso ai, ela era destoante do seu mundo, que ficava bonita de azul-marinho, como ele nunca ficaria, que ela vestia roupas dele e ficava bem, como ele nunca ficaria e ele nunca ficaria feliz ao lado dela, porque Paula e ele não foram feitos pra ficar.
E Paula foi pra casa e se afundou na poltrona e chorou, não por ele, era porque ela percebeu que nunca quis ser cantada, que já bastava se ver nos próprios textos e se não queria mais ser cantada, não queria mais João, o cantorzinho, ela se bastava, porque ela tinha a capacidade de colocar um ponto final, mesmo que através de um bilhete, como ele nunca seria capaz, ela saiu e foi embora, sem saber onde morar, como ele nunca faria e ela viu que eles não foram feitos um pro outro e só restava saudades do Bob, ah Bob!





*: Felipe Smu - Sonho de inverno



terça-feira, 19 de abril de 2011

Be.


Eu penso assim se você gosta de mim
Será que alguns quilômetros, vão importar
(Manu Gavassi)


E eu gosto tanto de você, mesmo sem nunca ter te tocado, mesmo sabendo que você está muito longe e que provavelmente nunca vamos nos ver. Eu sei das promessas que eu mesma me faço, de um dia fugir e ir te encontrar, só que quais são as reais chances? Nenhuma, eu só tenho 16 anos, ninguém vai me deixar ir pra outra cidade, encontrar um cara que eu insisto que amo e quando eu for maior de idade, acho que esse amorzinho virtual já vai ter passado, alias, espero que sim.
Você é tudo aquilo que eu queria, mas tem um defeito muito grande: Você mora tão longe e nas noites escuras, quando preciso de um abraço, você não pode estar aqui e também não é só meu, é tão do mundo que me doi e mesmo assim eu insisto que te amo.
E logo eu, que nunca acreditei em amor a distância, estou aqui, escrevendo sobre você, você que está tão longe e que sempre me fala coisas tão bonitas. Acho que agora eu acredito.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

E ninguém cala!


Sou daqueles que explode ao ver, tua estrela surgir.
Sou inconstante como você, identificado com a tua historia, talvez por isso, te admire tanto. Se quer facilidade faça outra opção. Somos como o preto e branco, unidos pelo tempo em qualquer direção. Somos explosivos, te deixamos pra trás a cada decepção e segundos depois, conseguimos te amar ainda mais. Gostamos de você por você ser assim, unico. Você pode não ser de todos, mas enquanto eu viver, será sempre meu, Botafogo.


(Kaká Reis)

domingo, 17 de abril de 2011

Descansar, descansar.


Mãos procuraram papel p
ra tentar escrever o quanto eu amo você,
Pra mandar um bilhete assim:
Todos os meus beijos são só pra você
(Fresno)




Você vai me encontrar?
Ela leu o bilhete, se concentrando pra entender a caligrafia horrorosa dele, mas sorriu.
Se meu namorado não vier me buscar, vou sim.
Que loucura, ela conhecia ele a uma semana e já estava tão perdida e apaixonada. Aula de português e ela não prestava atenção em nada.
No intervalo agente se fala.
Aquele coraçãozinho burro que se derretia desde o momento que ela viu ele pela primeira vez e sentiu vontade de deitar no ombro dele, nunca tinha sentido isso antes, se remexia.
Eu quero namorar você.
Ela também queria, afinal o beijo no intervalo foi tão maravilhoso, o lábio inferior dela sangrava e todos os alunos ainda faziam piadinhas ridículas sobre os dois se agarrando na escada, mas ela estava feliz.
Não sei, você que sabe.
Ela tinha namorado, mas quem pensa nessas coisas quando o garoto mais fofo do mundo te pede em namoro? Ninguém, suponho. Deitou em seus próprios braços e dormiu durante toda a aula de artes, sentiu ele cutucar de leve suas costas e dizer 'Nossa, ela dormiu mesmo', mas ela não dormiu, só estava em outro lugar.
Agente vai ficar por um tempo, ou namorar?
Ela sorriu, queria namorar.
Você que sabe.
Queria beijar ele, devorar ele.
Por mim, agente namora.
E eles eram namorado, finalmente, ela tinha outro namorado, mas sem problemas, no final da aula ele viria busca-la e ela terminaria, porque ela queria sentir o gosto de sangue dos seus lábios mais vezes e fugir, de mãos dadas, pra escada e deitar no ombro dele e ser feliz, mesmo que só por uma semana.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Aperta.


Alagoas, 14 de abril de 2011


Leonardo,

Cheguei hoje a tarde, que aperto essa historia de ir embora, tantas malas, tantas coisas, tantos sorrisos que ficaram pelo meio do caminho, mas mesmo assim cheguei e vou viver, quem sabe não era exatamente isso que me faltava.
Sabe muita coisa mudou, na integra, desde aquele dia que te disse que ia embora, que ia tentar em outro canto e você apenas me desejou boa sorte, disse que tentar de novo é sempre bom. Tenho que concordar, é sempre bom, mas eu queria que quando eu contasse que estava indo embora, o amor reacendesse e você pensasse em como ia ser difícil sem mim, mas parece que não né?
Olha, primeiro para de ser tão condescendente com as mentiras desse seu mundo sujo, olha um pouquinho só pra frente e aprende um pouco com as coisas que a vida esfrega na tua cara. Olha pra mim, só por carta mesmo pra te dizer essas coisas, mas é isso mesmo, muda um pouco, por favor.
Se cuida enquanto o trem passa por você e se um dia, se sentir pronto, embarque no vagão, mesmo que seja o ultimo, mas não deixa o trem passar por inteiro sem você se decidir, porque a vida não volta atrás.
Eu preciso dizer que te amo? Que aperta? Não, acho que não.


Com amor, Luana.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Modificou.


Vem que tempo pode afastar nos dois,
não deixe tanta vida pra depois.
(Roberto Carlos)



E muita coisa errada nessa historia, tem tanto sentimento fora do lugar e eu até tento, sabe? Só que parece que você prefere assim, tudo desconexo do jeito que está agora.
Eu queria te abraçar, de verdade e sentir o cheiro do seu pescoço, repetir no seu ouvido tudo aquilo que eu disse para minhas amigas que ia te dizer, mas não dá, você não me dá brecha, se fecha no seu mundo e o meu mundo? O que eu faço com ele?
Desculpa a pressão, mas faltam apenas oito meses, não é muito e você sabe, alias, não é nada e toda vez que olho pra trás e vejo que três anos se passaram, sem que agente se resolvesse, me aperta aqui dentro, por que falta tão pouco pro nosso prazo acabar e depois, depois não vai mais existir depois.
Não vou te ter toda manhã, nem morrer de rir com suas piadas e você não vai ter na barriga de quem fazer carinho, ou até tenha ai no mundo, mas pra mim, infelizmente, não dá pra substituir uma vida toda, por pessoas do mundo, não, não dá, quero você, te ter e não te imaginar e espero que você volte, antes que acabe.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Cantar.

I've never felt this way before
Everything that I do, reminds me of you
(Avril Lavigne)



Presa entre as estações de um metrô qualquer, desejava poder sentar ao lado dele, ao menos uma vez, ouvir sua voz de perto, não cantando, como sempre, pedir pra ele ensinar a ela como tocar guitarra, dizer que sempre que tocava violão pensava nele.
Presa entre as estações, inverno, verão, mal sabia, desejava poder abraçar ele, pelo menos pra sentir seu perfume, repetia pra si mesma que era loucura se apaixonar por ele, mas no fundo, não se importava em parecer um pouco louca.
Presa, na certeza de que em algumas horas estaria perto dele, mas mesmo assim estaria presa a sua cadeira, afundada, inutilmente tremendo de medo, desejando que ele viesse, falasse com ela, inutilmente presa em alguém que não sabia que ela existia, em alguém que só cantava pra outro alguém.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Azul-marinho


A música que eu fiz pra você lembrar,
dos momentos que a gente prometeu não esquecer.
(Felipe Smu)



E dedilhava no violão, aquela canção que compôs pra ela quando a viu pela primeira vez, sentada, frágil, vestida toda de azul-marinho e ele não tinha nem ouvido a voz dela, nem a visto sorrir, mas já sentia. E respirou fundo, lembrando que nunca teve coragem de mostrar a musica pra ela, com medo e ela foi embora, pensando que ele nunca compôs pensando nela.
Desistiu de ficar ali, foi cozinhar, cuidar do cachorro e sentiu que estava afundando em si mesmo, por isso desistiu e foi se afundar nas cobertas, pegou o celular e escreveu uma mensagem pra Paula, não enviou, levantou, escreveu um Email, não sabia o que dizer.
Andou de um lado ao outro, amava e não sabia assumir, desejava um abraço dela e mesmo assim preferiu se buscar antes de ir em busca.



sábado, 9 de abril de 2011

Paralelepípedo

É sempre amor, mesmo que acabe, com ela aonde quer que esteja. (Bidê ou balde)




E Paula chutou o paralelepípedo antes de se render e se sentar no meio-fio da calçada. As malas empilhadas ao lado e o coração entulhado por dentro, ela tinha vontade de ser digerida, mas antes mesmo de ser devorada, já se sentia cuspida.
Paula saiu cega, ciumenta, batendo a porta se esquecendo de trancar, se esquecendo de procurar um lugar pra morar, esquecendo que todo dinheiro que tinha estava na conta-conjunta com ele.
Pegou o celular e viu duas ligações perdidas, dele, escreveu uma mensagem:
"João, fui, acho que você já percebeu, vou pegar metade do dinheiro na conta, só quero te avisar. Me consumi todos os dias enquanto estive com você e agora não estou mais e mesmo assim me sinto consumida pela vida. Paula."




sexta-feira, 8 de abril de 2011

Ver.


Dreaming about the day
When you wake up.
(Taylor Swift)



E ai ela te ligou e você atendeu, estava do meu lado e atendeu, foi falando e sorrindo e eu fui embora sem você perceber, chorar baixinho de amor.
Quando ela não está você me abraça, cuida de mim e aperta minha bochecha, você é bom e eu fico esperando, porque eu sinto que preciso te esperar.
E ela te liga só pra dizer que comprou uma lingerie preta pra usar pra você e mesmo assim, te vejo interromper nosso papo animado sobre Clarice Lispector e Kurt Cobain e sorri pras bobagens que ela fala, um sorriso maior que o que você dava pra mim.
E você é tão dela que me envergonho de te querer e abro meu diário e só tem seu nome e abro seu coração e só tem o nome dela.

Fruto


E sua camisa estava amassada e seus cachos bagunçados e o boné te deixava parecendo um qualquer e suas costas estavam curvadas, seu sorriso era amarelo, nos dentes, no formato.
Sua letra estava mais feia e o seu corpo mais magro, seus dedos me gelavam, sua voz parecia esganiçada, meu coração estava igual meus sonhos com você, quebrado.
E eu te queria como amigo, pra dizer pra você não se preocupar e ver você se aliviar de mim e do meu amor doente. Você sorriu e eu não senti nada, olho e te vejo, não te sonho, acho que não existe mais aqui, entre nós dois, o fruto do sexo entre a Pobreza e Recurso, não mais.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Café quente.


E sem brigar, sem nem chorar, ela disse, disse que estava indo embora.
(Sideral)



João lia um bilhete escrito com a letra tão inclinada dela, enquanto tomava um capuccino sentado na mesma mesa de sempre, do mesmo café de sempre.
Ele parecia tão tranqüilo, tão pouco e procurava nas pessoas que passavam na calçada por uma menina magra, que usasse all star e camiseta de menino e mesmo assim fosse tão sua, mas não a encontrou e aquele bilhete era a confirmação que ela não viria.
Chegou em casa e mais uma vez correu na direção do armário dela, mas não tinha nada lá, sentou ao lado do Bob, fez carinho nele e sorriu, mas não sentia o sorriso.
Ela foi embora e a carne de João doia enquanto ele fazia o prato vegetariano preferido dela e pensava "Minha Paula" e segurava a vontade de ligar, segurava.



quarta-feira, 6 de abril de 2011

Moscovitz.


Descreva Alguém que conhece:

O cabelo dele, à primeira vista, parece apenas escuro, mas, ao ser examinado mais de perto, dá para ver que, na verdade, tem muita mechas de castanho, loiro e preto. Ele usa comprido,não porque esteja na moda para os garotos, mas porque está ocupado demais com seus diversos interesses para se lembrar de cortá-lo com regularidade. Seus olhos parecem escuros à primeira vista , também mas na verdade são um caleidoscópio de castanhos avermelhados e mogno, salpicados aqui e ali de rubi ouro, como lagos gêmeos no verão indiano, daqueles que dá a sensação de que é possível mergulhar e nadar para sempre. Nariz: aquilino. Boca: iminentemente beijável. Pescoço: aromático- uma mistura intoxicante de sabão em pó Tide do colarinho da camisa, o creme de barbear Gillete e sabonete Ivory, que juntos, formam: o meu namorado.


( O Diario da Princesa 8 - Meg Cabot.)

Doutor.

Foi bom te ver, saber que você, é feliz.
Impossível te esquecer, lembrar você parece um dom.
(Claudio Zoli)



Eu precisei gritar seu nome algumas vezes pra você me ouvir e quando você virou e me olhou com aquele sorriso de gente decente, eu me encolhi por dentro, por saber que era tudo educação e me perguntaram o que mais eu podia querer, você me tratou bem e eu respondi que não queria aquilo que sua mãe te ensinou, eu queria aquilo que a vida te ensinou.
E pra ser cordial me abraçou, acho que essa é um tipo de regra de convivência de ex-namorados, mas eu senti seu cheiro e me afundei na curva do seu pescoço e só queria te pedir um beijo, pra não usar minha boca pra ser legal e você me contando da sua nova vida, dos seus filhos,da faculdade de medicina, dos seus pais e eu dizendo que estava tudo na mesma pra mim, porque eu não tinha mais quem me agitasse.
Eu fechei os olhos quando você disse "então até logo", foi só por um segundo, você não reparou, me lembrei que quando nosso fim chegou, você dizia que em breve nos veriamos, em breve nos acertaríamos, era logo, muito logo e mesmo assim, passaram-se anos doutor, anos e olhe só pra você, não está horrível sem mim, está tão bem, e nos vemos, tão logo, tão logo.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Bichinhos de jardim.


Mas só fico aqui parado, sem sentir nada, sem pedir nada, sem querer nada.
(Caio F.)



Eu fui te encontrar e te queria. Minhas pernas tremiam, minhas mãos suavam, me aproximei e esperei, esperei, esperei, mas nada aconteceu!
Chá de cadeira demais pra um amor que parecia grande, mas não foi e então o amor se tornou tão pouco que passou pelo vão entre meus dedos e foi embora. Eu precisei repensar todo o discurso que eu ensaiei na frente do espelho, porque eu ia te pedir de volta, mas não vou mais.
Então pensei em começar dizendo que eu não sei sentir mais nada por você e vim te dar tchau. Sem presentes, despedidas, lágrimas, nada, nada, nada mais, porque eu não senti nada.
E vim te dar esse adeus salgado e indiscreto que despi minhas verdades e mostra que eu não sei mais nada, pois tudo se perde quando não se tem o que sentir.

domingo, 27 de março de 2011

Coxas, joelhos, fins.


Eu quase morro quando diz que pra você sou diferente, já te fiz feliz.
(Manu Gavassi)




Meu coração disparou, daquele jeito natural de sempre, minhas mãos não tremeram, mas era porque as suas estavam sobre as minhas, apertando de forma doce. Seus lábios tão beijáveis estavam um pouco proximos demais, era perigoso e enquanto sua voz saia, eu fazia um esforço maior pra poder entender o que você queria dizer, porque com toda aquela proximidade do seu joelho com a minha coxa eu estava desconcertada.
"Você sabe que todas aquelas garotas juntas, não dá uma como você, você sabe" sim eu sei, pensei sem poder dizer, porque naquele momento sua boca parecia mais beijável ainda, melhor que nunca esteve "E você também sabe que você é unica, a unica que merece amor de verdade" Sim, eu sei, mas não posso te responder agora porque seu joelho roçou na minha coxa, e me subiu um frio irreal pela espinha "Mas você também sabe que eu não sou o cara certo, não posso ser, você me fez feliz, você é diferente, você merece algo a mais" Sim, eu mereço, mas é que agora estou muito ocupada sentindo sua mão sobre a minha.
E depois disso você levantou e foi embora, ai então meu coração desacelerou, se tornou morto, minhas mãos tremeram e eu me senti tão sozinha, ai então eu pude ouvir com clareza tudo aquilo, eu sou boa demais, por isso você teve que ir embora, isso não é incrível? Não, por que como eu vou viver sem seus joelhos no fim das contas?

sábado, 26 de março de 2011

Figuras, motivos.


O que vai ficar na fotografia, são os laços invisíveis que havia.
(Leoni)




Ele a fez prometer que o amor deles nunca seria somente uma fotografia, velha e desbotada, ela prometeu, mas sempre existiu aquela vontade de ter ao menos uma foto dos dois juntos, pra lembrar o momento, então bateu uma foto escondida, só uma, que mal poderia fazer?
E depois de tanto tempo, sentada ali, com apenas uma fotografia nas mãos, ela percebeu que quebrou a promessa, porque no final o amor tinha se convertido em nada mais, nada menos que um retrato.
Aos poucos, podia se notar então que tudo fazia todo sentido, ela foi quebrando as promessas, uma a uma, desde a da foto, até a de que o amor deles seria amor na saúde e na doença, na alegria e na tristeza e era somente por isso que não restava mais nada, porque ela não podia manter as promessas, então ele era obrigado a fugir pra não ver tudo se quebrar.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Chama.


"Veio de manhã molhar os pés na primeira onda, abriu os braços e se entregou ao vento..." (O teatro Mágico)




Anos depois e então a coragem veio e ela foi, de manhã bem cedo, a passos largos, afinal havia pressa. Antes da primeira onda, ela já estava lá parada e pronta, abriu os braços, sentiu. Ia dar medo logo no fim? Não, ela não ia desistir.
De braços abertos ela caminhou na direção do mar, ela queria morrer ou voar? Voar, mas tudo que ela conseguiu foi andar, em frente, encarando a imensidão, olhos nos olhos. Antes que seus pés tocassem a água, Anna olhou pra trás e derrepente, não mais que de repente, tinha virado estatua de sal, sal do mar na sua frente e Ana sorriu, seu velho sorriso.
Um passo atrás, lembranças da primeira vez que viu o mar, como boa mineira que era ficou impressionada. Dois passos atrás, as imagens vieram-lhe na mente, nítidas, a primeira vez que levou a filha a praia.
Quatro passos Anna, já pode se virar e viver, andar de volta ao calçadão e sorrir pra tudo, pra nada, feliz, porque o mar te deu o maior de todos os presentes: A vontade de viver.

Enfim, sol.


Tem sol lá fora.
Não importa.
Fala sério, não dá pra ficar trancada aqui o tempo todo.
Não importa.
E o que importa?
Nada importa.
Ele importa, caso contrario você não estaria ai.
Não importa.
E se eu disser que você deveria importar?
Não importo pra ele.
Mas importa pra mim.

Tu, tu, tu, tu.


Me ligou, só pra dizer que me amava e desejar boa noite, talvez pra não perder o costume, apesar de saber que nada pode ser como antes, eu atendi e vou continuar atendendo, até o dia que você cansar de fingir que se importa comigo e enfim, poder ir encher a cara, fumar e beber, enquanto joga truco.
Eu sei de tudo, porra, foram DOIS anos, te conheço bem, talvez melhor quer você mesmo se conhece e eu sei que você só está tentando me fazer ficar bem, mantendo a rotina de ligar sempre, de se fingir presente, mesmo que tudo tenha chegado ao fim, eu sei, sei que você não se importa de verdade, mas não pode me deixar na mão.
E não acho digno, só acho que é pior assim, porque você está perdendo seu tempo, me fazendo perder o meu e no entando, os dois sabemos, que aqueles email's me convidando pra tomar café com você e seus amigos, não passam de piedade e só acontecem porque você sabe que eu não vou.
Não vou ir olhar pra você com a sua secretaria, nem vou ir fingir que sou sua amiga, porque eu não sou, não sou sua amiga, sou sua ex, sua quase, sua nada talvez, mas amiga não e mesmo que você me ligue pra dizer que me amava e desejar boa noite, nada vai mudar.

sábado, 19 de março de 2011

Troco os pronomes.


" [...] Te fiz comida, velei teu sono, fui teu amigo, te levei comigo..."


Para que fosse para sempre, ela escreveu em uma folha qualquer que significava muito:


Coloquei comida na tijela do Bob, mas a noite quando chegar não esquece de reabastecer, fiz café, comprei o pão e deixei tudo pronto em cima da mesa, pensei em te acordar pra me despedir, mas acho que a nossa noite de amor já valeu. Então é isso, adoraria escrever "até logo" aqui, mas não posso, mentir assim é falta de amor próprio, vou escrever então da forma correta "até quem sabe, um dia" e me desculpe, pelos palavrões, pelas vezes que te arremessei pratos por ter chegado tarde e saiba que eu ainda quero que você me cante, talvez agora que eu não estou mais aqui pra sugar todo seu tempo, você me escreva em uma canção. Fica, porque eu me despeço, assim.

Com amor, que não existe mais, Paula.






" [...] E me diz: Pra mim o que é que ficou?" (Legião Urbana)


sexta-feira, 11 de março de 2011

Ao menos.


Quem é de verdade nesse teatro da vida? Não, nem eu, me finjo de louca pra não ter que abraçar o mundo, fecho meus olhos e fim, fim temporário ao sentimento, porque sentir dói demais. Quem vai te surpreender quando você tiver conhecido todas as esferas da vida? Não, nem eu vou me dar ao trabalho de me fazer lúcida pra cuidar de você, prefiro ficar quieta, abraçada aos meus proprios joelhos, porque viver dói demais. Quem vai com você até o outro lado da avenida? Não sei, nem eu sou tão boazinha pra ajudar os velhinhos a atravessarem, porque fingir dói demais.
Mas sabe o que mais dó? Ser, ser humano, isso me dói, viver a cada nova manhã sabendo que é tudo uma grande mentira, que não existe mais surpresa e que ninguem pode te ajudar, saber que ao acordar só resta você e Deus e que apesar de isso tudo te bastar, te preencher, é necessario mais um abraço, braços, alguem, um humano, que vai te machucar, mas que por algum momento vai estar lá, ao menos um momento.

Sente-se tudo.


Existem coisas que não se sufocam por muito tempo, por isso quando menos se espera tudo está vindo a tona, emoções, ilusões, o que se pensa na verdade, no oculto e qual o preço a se pagar por tudo? Tudo, exatamente esse o preço, recomeçar tudo, de um novo modo.
Acho que estou dizendo tudo isso pelo simples fato de que muita coisa saiu das sombras e saltou na minha frente, abrindo os braços, sendo verdade enfim, muitas pessoas que eu amava, posso dizer amava não amo mais, me magoaram e mostraram aquilo que elas realmente são, não aguentaram o teatrinho, a farsa por muito tempo e eu estou aqui agora, pagando o preço de saber a verdade.
Depois das lágrimas, tudo ficou mais claro, as pessoas menos pessoas a cada palavra e eu, segura do que eu quero, recomecei, assim, sozinha mesmo, sem ter ninguém pra me acompanhar a cada novo passo, mas recomecei e quer saber? Ser inteira de novo, ser tudo de novo, não é nada ruim, muito pelo contrario, esse gosto fresco do novo me embriaga, me faz bem e então percebo que esse é o motivo pras verdades não ficarem sufocadas por muito tempo, pra que as pessoas possam se [re]completar.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Saudade do meu passado, não tenho*


De certa forma tudo sumiu, por alguns dias, dei sorte de ter um feriado pela frente pra pensar depois da nossa briga, foi melhor pra mim poder ficar longe, pra decidir que não dá mais pra fingir que você passou, sendo que ainda está por perto, decidir que não vou mais escrever sobre você. O que estou fazendo? Escrevendo, sim, sobre você, mas considere como uma despedida, sem adeus, lágrimas, abraços, sem você nem saber que essa despedida existe, mas uma despedida.
Vou escrever aqui, com todas as letras, que é pro meu coração entender: ACABOU, sim, hoje, agora, eu sei que faz quase dois anos que nosso namoro acabou, mas estou falando da burrice, daquela doçura de garota apaixonada, essa acabou de morrer aqui dentro e quer saber? Não dói matar os sentimentos que te fazem vulnerável e pequena, não é ruim querer ser forte, ser maior, não é, não é e eu peço a Deus que amanhã, quando te encontrar, continue não sendo.








*: Trecho da musica Sal - Salz Band

Amado da minha alma. *


No dia em que achei Deus, encontrei a paz e ao mesmo tempo percebi que de certa maneira não haveria mais paz para mim. Descobri que a paz interior só se conquista com o sacrifício da paz exterior. Era preciso fazer alguma coisa pelos outros. O mundo está cheio de sofrimento, de gritos de socorro. Que tinha eu feito até então para diminuir esse sofrimento, para atender esses apelos? Eu via a meu redor pessoas aflitas que para se salvarem esperavam apenas uma mão que as apoiasse, nada mais que isso. E Deus me dera duas mãos!



(Erico Verissimo)







*: Trecho de uma musica do Gabriel Duarte, que no momento me fugiu o nome, mas que não saiu do meu coração desde ontem.