sábado, 9 de abril de 2011

Paralelepípedo

É sempre amor, mesmo que acabe, com ela aonde quer que esteja. (Bidê ou balde)




E Paula chutou o paralelepípedo antes de se render e se sentar no meio-fio da calçada. As malas empilhadas ao lado e o coração entulhado por dentro, ela tinha vontade de ser digerida, mas antes mesmo de ser devorada, já se sentia cuspida.
Paula saiu cega, ciumenta, batendo a porta se esquecendo de trancar, se esquecendo de procurar um lugar pra morar, esquecendo que todo dinheiro que tinha estava na conta-conjunta com ele.
Pegou o celular e viu duas ligações perdidas, dele, escreveu uma mensagem:
"João, fui, acho que você já percebeu, vou pegar metade do dinheiro na conta, só quero te avisar. Me consumi todos os dias enquanto estive com você e agora não estou mais e mesmo assim me sinto consumida pela vida. Paula."




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