domingo, 17 de abril de 2011

Descansar, descansar.


Mãos procuraram papel p
ra tentar escrever o quanto eu amo você,
Pra mandar um bilhete assim:
Todos os meus beijos são só pra você
(Fresno)




Você vai me encontrar?
Ela leu o bilhete, se concentrando pra entender a caligrafia horrorosa dele, mas sorriu.
Se meu namorado não vier me buscar, vou sim.
Que loucura, ela conhecia ele a uma semana e já estava tão perdida e apaixonada. Aula de português e ela não prestava atenção em nada.
No intervalo agente se fala.
Aquele coraçãozinho burro que se derretia desde o momento que ela viu ele pela primeira vez e sentiu vontade de deitar no ombro dele, nunca tinha sentido isso antes, se remexia.
Eu quero namorar você.
Ela também queria, afinal o beijo no intervalo foi tão maravilhoso, o lábio inferior dela sangrava e todos os alunos ainda faziam piadinhas ridículas sobre os dois se agarrando na escada, mas ela estava feliz.
Não sei, você que sabe.
Ela tinha namorado, mas quem pensa nessas coisas quando o garoto mais fofo do mundo te pede em namoro? Ninguém, suponho. Deitou em seus próprios braços e dormiu durante toda a aula de artes, sentiu ele cutucar de leve suas costas e dizer 'Nossa, ela dormiu mesmo', mas ela não dormiu, só estava em outro lugar.
Agente vai ficar por um tempo, ou namorar?
Ela sorriu, queria namorar.
Você que sabe.
Queria beijar ele, devorar ele.
Por mim, agente namora.
E eles eram namorado, finalmente, ela tinha outro namorado, mas sem problemas, no final da aula ele viria busca-la e ela terminaria, porque ela queria sentir o gosto de sangue dos seus lábios mais vezes e fugir, de mãos dadas, pra escada e deitar no ombro dele e ser feliz, mesmo que só por uma semana.

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