quarta-feira, 6 de abril de 2011

Doutor.

Foi bom te ver, saber que você, é feliz.
Impossível te esquecer, lembrar você parece um dom.
(Claudio Zoli)



Eu precisei gritar seu nome algumas vezes pra você me ouvir e quando você virou e me olhou com aquele sorriso de gente decente, eu me encolhi por dentro, por saber que era tudo educação e me perguntaram o que mais eu podia querer, você me tratou bem e eu respondi que não queria aquilo que sua mãe te ensinou, eu queria aquilo que a vida te ensinou.
E pra ser cordial me abraçou, acho que essa é um tipo de regra de convivência de ex-namorados, mas eu senti seu cheiro e me afundei na curva do seu pescoço e só queria te pedir um beijo, pra não usar minha boca pra ser legal e você me contando da sua nova vida, dos seus filhos,da faculdade de medicina, dos seus pais e eu dizendo que estava tudo na mesma pra mim, porque eu não tinha mais quem me agitasse.
Eu fechei os olhos quando você disse "então até logo", foi só por um segundo, você não reparou, me lembrei que quando nosso fim chegou, você dizia que em breve nos veriamos, em breve nos acertaríamos, era logo, muito logo e mesmo assim, passaram-se anos doutor, anos e olhe só pra você, não está horrível sem mim, está tão bem, e nos vemos, tão logo, tão logo.

Um comentário:

  1. Martha Medeiros cita isso em um dos seus muitos belos textos, que constatar que a pessoa sobreviveu (e bem) sem a nossa companhia dói demais.

    * Passando para conhecer teu blog.

    Um beijo.

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