quarta-feira, 23 de março de 2011

Chama.


"Veio de manhã molhar os pés na primeira onda, abriu os braços e se entregou ao vento..." (O teatro Mágico)




Anos depois e então a coragem veio e ela foi, de manhã bem cedo, a passos largos, afinal havia pressa. Antes da primeira onda, ela já estava lá parada e pronta, abriu os braços, sentiu. Ia dar medo logo no fim? Não, ela não ia desistir.
De braços abertos ela caminhou na direção do mar, ela queria morrer ou voar? Voar, mas tudo que ela conseguiu foi andar, em frente, encarando a imensidão, olhos nos olhos. Antes que seus pés tocassem a água, Anna olhou pra trás e derrepente, não mais que de repente, tinha virado estatua de sal, sal do mar na sua frente e Ana sorriu, seu velho sorriso.
Um passo atrás, lembranças da primeira vez que viu o mar, como boa mineira que era ficou impressionada. Dois passos atrás, as imagens vieram-lhe na mente, nítidas, a primeira vez que levou a filha a praia.
Quatro passos Anna, já pode se virar e viver, andar de volta ao calçadão e sorrir pra tudo, pra nada, feliz, porque o mar te deu o maior de todos os presentes: A vontade de viver.

2 comentários:

  1. Vontade de viver, com certeza esse é um dos melhores presentes que se pode possuir,
    beijos.

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  2. Acho que vou voltar para minha terra e ver o mar novamente também.. para poder encontrar essa vontade de viver que anda me faltando.

    Quando eu morava lá, o mar era meu refúgio, meu abrigo. Ficava horas e horas sentada na beira, observando o sol se por devagar. E as ondas, me mostravam como que era a vida... A gente cresce, cresce e cresce até que quandoe stamos lá no topo a gente cai. Não porque mudamos nem nada, mas porque é a lei da vida, porque quebrar/cair faz parte para a gente poder crescer novamente. O ir e voltar, a clareza, a calmaria, o revira e volta... O mar tem muito de parecido com minha vida.


    Coisa mais linda de se ler Lu!
    Beijo querida =*

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