Bagunça.

Está tudo uma enorme bagunça aqui dentro de mim, como está em meu quarto e em meu guarda roupa, como as vezes está em minha mochila, ou na pasta do curso, mas essa bagunça aqui de dentro é bem diferente, muito maior, dolorosa, ela eu não posso arrumar, não posso simplesmente sentar em um momento de tédio e coloca-la no lugar, é muito mais complicado e talvez não tenha jeito, vai ficar assim, bagunçado para sempre.
Dobro peça por peça que encontrei jogada no guarda-roupa, desejando colar os pedaços que estão aqui dentro, migalhas, são apenas migalhas, pedaços eram antes da ultima desilusão que ele me impôs, desejo colar, mas eu sei que seria impossivel, afinal a cola de seus beijos já me são proibidas a muito tempo e eu continuo no cals, na bagunça, na loucura.
Eu pego o telefone, enquanto organizo o meu quarto, disco aquele numero a muito tempo decorado, ele atende, fica dizendo 'alô' por muito tempo, ele sabe que sou eu, ele sabe que estou apenas precisando me organizar e que assim que isso acontecer, assim que a bagunça acabar eu talvez até esqueça o seu numero, talvez até esqueça ele.