Fiquei ali parado, procurando alguma coisa que não estava nem esteve ou estaria jamais ali. ( Caio Fernando de Abreu)
Ela procurou, sentou, esperou, procurou e o ciclo que nunca, nunca se encerrava, as vezes ela encontrava, pensava que encontrava, mas não era o que ela queria, então ela voltava a procurar e era assim, um dia ela encontrou um menino, ele tinha tudo que ela esperava, ele era tudo que ela procurava e ele ainda, muito esperto por sinal, disse ao pé do ouvido que a amava, quem não se apaixonaria? Não me venha dizer que você, você se apaixonaria sim e com ela não foi diferente, foi levada, naquela dança bonita de dois pra cá, dois pra lá, corpos colados, ela se deixou conduzir, mas não adiantou, depois ela teve que procurar, procurar porque nem o homem perfeito conseguiu a fazer encontrar a felicidade, sim era esse o nome do que ela tanto procurava, felicidade, carinho na nuca, arrepio, frio na espinha, beijos tortos, estranhos, melados, beijos, era isso que ela queria tanto encontrar, mas ela se cansou, desistiu, não tentou mais.
Então ela se sentou, em um canto qualquer, por ai, nas estradas dessa vida injusta, injuriada com tudo, querendo esquecer, mas só sabia lembrar, querendo falar, mas ainda não tinha parado de chorar e chegou mais uma vez alguem, outro, mais um ela pensou, pra que sofrer denovo? Pra que pensar que era amor? "Por que você veio?" ela perguntou, afinal ela nem estava procurando mais, fazia tempo, tanto tempo, mas ele não respondeu, apenas sorriu e ela resistiu, não ia se deixar levar denovo, pra que? Pra no final ter que procurar? Não, melhor era ela continuar ali, parada. "Não te procurei, então o que você faz aqui?" ela perguntou, esperou e então ele disse "O verdadeiro amor não nos encontra enquanto procuramos, ele fica parado no mesmo lugar, sempre, esperando você cansar e se sentar pra descansar o coração".
Verdade, verdade, ela não precisava procurar, ele a encontrou e eu não vou dizer que viveram felizes para sempre não, porque para sempre é muito tempo até para o amor verdadeiro.
"Ela passou do meu lado 'Oi, amor.' - eu lhe falei 'Você está tão sozinha.' Ela então sorriu pra mim" (Legião urbana)
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