sábado, 12 de junho de 2010

Não quero perder aqueles que amo.


Ela olhou o relogio, já era quase nove e meia, o horario que ele havia marcado, pensou que ele já estaria lá quando ela chegasse, mas ele nao estava, ela sentou e esperou, seu melhor amigo nao costumava se atrasar, nao quando ia encontrar com ela. Ele sorriu, ela o abraçou rapidamente, nao tinha muito tempo naquela noite e perde-lo dando abraços era muito desperdicio; quando ele percebeu que ela nao pretendia passar muito tempo ao seu lado, ficou estranho e isso ela nao deixou escapar, então perguntou
- O que você tem hoje? - ele enrolou para responder, suspirou muitas vezes e esperou ela apertar seu braço com impaciencia, entao disse
- Eu nao tenho nada hoje, vou embora agora, você deve ter um compromisso melhor do que ficar aqui comigo. - Ela nao queria que ele fosse, mas seus compromissos, ela nao podia adia-los.
- Tudo bem, vai com Deus.
- Acho que agente nao vai ser ver tão cedo. - ela nao entendeu e ficou olhando pra ele impaciente, esperando uma explicação que fosse rapida e direta. - Eu vou me mudar.
Ela suspirou, qe boa hora pra ele brincar com aquilo, ela nao tinha tempo, nao mesmo.
- Você vaai é? qe bom. - ela debochou.
- Te vejo daqui uns quinze anos talvez. - ele abaixou a cabeça, fitou o chão; ela começou a sentir que ele estava falando serio, serio demais.
Ela começou a pensar naquelas palavras, quinze anos sem o seu melhor amigo, quinze anos sem poder abraçar uma das pessoas que ela mais amava, ela não poderia suportar. Eles conversaram por muito tempo, ele a convenceu que iria embora, mas que nao esqueceria dela, nao esqueceria da amizade profunda que eles tinham; ela disse que ele nao podia ir, mas como impedir? Ela nao podia fazer mais nada, entao uma lagrima caiu, ela o abraçou e derrepente tantas lagrimas começaram a rolar. Quando ele percebeu que as lagrimas eram muitas, reais, intensas, ele apertou ela mais ainda em seus braços e desmentiu tudo, disse que nao iria embora e que se fosse se mudar um dia, se mudaria para a casa ao lado da casa da melhor amiga, assim ficaria mais perto. Ela nao sentiu raiva dele, apenas mais vontade de abraça-lo, pois naquele momento ela sabia que se o perdesse sentiria mais falta do seu abraço do que de qualquer outra coisa no mundo.

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