sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Eu não acredito mais.


A campainha soou e ela desceu as escadas correndo, se atrapalhando com as pantufas enormes de ursinho, passando a mão desajeitada no short curto de ficar em casa, abriu a porta rapidamente e deu de cara com dois olhos azuis, eles a prenderam e seu coração imediatamente começou a pulsar, quanto tempo que ela não o tinha tão perto, quanto tempo já havia passado desde que afundou naquelas duas piscinas azuis pela ultima vez, quantos meses desde o verão? Ela não tinha noção do tempo exato, ela sabia que longe dele um minuto era eterno e por isso não perdia seu tempo controlando o tempo.
Ele segurou a mão dela e a puxou, começou a descer as escadas da varanda ainda a guiando, atravessou a rua e continuou andando, ela apenas o seguia, sentia a mão quente e suada dele segurando a sua, ela sabia que ele estava nervoso, sempre suava quando estava nervoso, ela sorriu ao se lembrar de um detalhe tão bobo, ele estava ali, com ela e ela se prendendo em coisas tolas como aquela.
Quando chegaram em uma velha praça ele parou, soltou a mão dela e foi caminhando até um balanço enferrujado, sentou e ficou observando a menina, ela continuava parada, olhando pasma pra ele, quando ele percebeu que ela estava com um short muito mais curto do que qualquer outra roupa que ela gostava de vestir ele sorriu, mas por que ele estava pensando nas roupas que ela gosta de vestir? Ele tinha tanto pra falar pra ela e estava perdendo tempo.

As pessoas a olhavam estranhamente, algumas crianças que estavam bincando por ali a apontavam maravilhadas, claro, ela estava com uma pantufa no meio de uma praça, parada com cara de besta, morrendo de vontade de ir até ele, mas paralisada. Quando suas pernas finalmente a tiraram do lugar, ela caminhou até ele, se sentia ridicula, mas não importava, ela precisava ficar mais algum tempo perto dele. Ela sentou no balanço ao lado do que ele estava sentado e os dois ficaram por algum tempo em silêncio.
- Foi aqui que nos beijamos pela primeira vez. - disse ele olhando o crepusculo chegar.
- E foi aqui que você terminou tudo comigo. - a amargura era notavel na voz da menina, ela sempre evitava falar naquele dia.

- Eu sinto ciumes de você. - ele disse inesperadamente. - e eu nunca tinha sentido isso por outro alguem, me disseram que isso era amor, mas eu me recusei a acreditar.

- Assim como você não acreditou no amor, eu tambem não acredito em você. - ela sentiu uma pontada no coração, mas continuou falando. - Não sei nem o que estou fazendo aqui. - ela levantou, não queria ir embora, era tão bom sentir o perfume doce dele, mas ela precisava ir.
Ela começou a caminahr devagar, sem pressa alguma de deixar ele pra trás, sem pressa de deixar a unica pessoa que um dia fez ela feliz ali.
- Agora eu acredito. - ele disse se aproximando dela e pegando uma das mãos da garota, levou a mão dela até seu coração que pulsava loucamente. - eu amo você, meu coração é inteiramente seu.
- Mas eu não acredito mais, já estou convencida que você não tem um coração. - disse ela sorrindo friamente.

- Mas eu tenho. - ele apertou a mão dela mais forte sobre seu peito, para que ela sentisse o seu coração.

- Tarde demais pra você descobrir. - ela secou uma lagrima teimosa que insistiu em cair e foi correndo pra casa, as pantufas a atrapalhavam, mas ela corria mesmo assim, as pessoas a olhavam, mas ela nao se importava, ela e
stava livre demais pra se importar com alguma coisa.

2 comentários:

  1. nããoo
    a frase é de nando reis querida!!
    eu é que me esqueci de colocar lá dizendo
    ehuehuehuehe
    :**

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  2. Às vezes é tarde demais para voltar atrás. Um dia eles se encontram por aí.

    beijos, coração.

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